Shuma Gorath

CONTE-ME

conte-me, conte-me suas mentiras 
essa foice que colhe suas veias, que deixa sorver sangue na terra 
conte-me, suas desilusões, quantas vezes se forjaram como verdades em seu coração desbotado, como um livro velho e muito lido, 
amarelado, com o toque seboso de mãos cerra sagazmente os olhos no crepúsculo da aurora
forja-te, viva, enquanto sobre o teu perdido olhar morre teus sonhos de criança, como outrora garotinho! guarda teus brinquedos de madeira 
a vida é um precipício e cada passo deve ser feito com cuidado pra poder andar na estreita estrada da vida, sem se aproximar da beira.