Fernando Ramos

IMPROVERSOS

Cântico-despertar da amarga víscera de um demente. Cambaleiam ratos de Gibraltar em torno ao forno feito por um gnomo roubado por Ali-Babá. Assépticas toalhas mornas entre bigas e bigornas dentro de uma vagina abismal. Comunhão paranormal dos símbolos de Aloanda, a tonga da mironga do cabuletê. Desenxabido, entre penicos dourados com cardumes de todo pescado de poeira universal. Tórridas capoeiras dos inchaços matinais ao som dolorido de meus fracos passos dominicais. Intersecção de espaços irregulares em tempos atravancados de mares, secando em lunar imensidão. Ao espelho: assombram-te todas as sombras das velhas milongas, do sangue purgado de teu passado. Torturam-te o escroto e o sagrado e só és mesmo feliz desacordado.