Paulo Monteiro

FLORES ARTIFICIAIS

Desenterrei todos meus medos, 
logo após o café. 
Quis enfrenta-los um a um. 
Decidi não ser mais covarde, 
um cão que foge no primeiro grito. 
Joguei todas as flores artificiais pela janela.
Queria vida no vaso. 
Uma flor verdadeira, 
para vê-la morrer lentamente,
e assim lembrar todos os dias 
que não sou eterno. 
E o que deixarei para esse mundo 
são rascunhos 
Folhas e mais folhas com meus versos.

Foto de Robby Cavanaugh.