Shuma Gorath

AS PALAVRAS

as palavras dão formas confusas as nossas obscuras idéias...
ao meu lado uma medeia, (uma deusa ou uma víbora?)
veneno injetado, correndo a 260km/h
a morfina é uma Ferrari que corre minhas veias e bate no guardo de arreio do meu cérebro
que agora emite um estado catatônico, um suspiro de não vida
e apenas meus olhos se expressam e como se você os interpretasse, quando houve uma pequena ruptura de minha íris, você desnudou todo o meu ser (um Hercules em ruínas)
e o que era pra existir, acabou por se tornar;
nada mais que escombros nesta pilha de mármore
e na minha agonia, nessa amarga ironia (que causa risos)
o vomito de tripas estouradas pela cicuta, na forma daquela puta amada formam uma expressão,
o rubro do amor em sua forma mais perturbadora
em pedaços tenros e sangrentos, quase suculentos
esperando mãos talentosas a prepará-los, retorna na auto-estrada da minha garganta o que eu expelia com ferocidade, não importava o bem estar, só a adrenalina da velocidade,
percorrendo a contramão dos instintos de morte contra essa forçada sobrevivência...