LABIRINTO
Há o toque.
Há...
Há o ar que.
Toca.
E nas vibrações do sentir cada curva e a proximidade de ser.
Pétalas que tocam o pé. Ponta dos dedos.
O cascalho que abraça as dobras dos dedos e distancia e se recobra e é neste vai e vem incessante que.
Tu.
Abre os olhos e os olhos que não se querem abrir sentem.
O sol que cega é o mesmo que amarelo-branco tu consomes sem sentir o gosto.
Aos poucos tu te dás conta de que tu tocas a grama e que tua mão fecha os dedos com a violência de quem não cede e para.
Tu ouves um grito nas dobras da parede que te ladeia. Crispa a pele de pelos de pedra. Tu tocas co' ouvido e dobra os olhos pra dentro.
Ecos... São apenas ecos.
Tu te levantas e põe-se a correr com o peso da tua dor a guiar os teus passos.
E tu andas sem rumo de um lado a outro e a imensidão de paredes cinzas contrastam o cinza de teus murchos olhos que sequer choram ou sangram ou.
"Há um labirinto que não reconheço em mim meu Deus! E é este não saber pra onde...
Há um caminho?
Há um por onde?
Tu iluminas o meu caminho?
Tu abocanhas as minhas dores e bota num pote e mostra que à frente há uma luz que?
Há apenas um labirinto aqui dentro e o caminho é este. Seguir a esmo. De olhos fechados para o toque de.".
Há apenas um labirinto aqui dentro e o caminho é este. Seguir a esmo. De olhos fechados para o toque de.".
Tu te cansas e apodreces ali mesmo. Tu não tens por que seguir. Tu para. O caminho que tu caminhas não te leva a canto algum. Heis tu!
Não te enganes com o propósito de que ao fim de um corredor tu acharás respostas, pois a vida te confiou simplesmente ser.