A CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Todo abismo está no ato,
sonhou o cantor do sono.
O mundo suporta teus ombros,
e eles não cabem nas mãos de um menino.
O breve é vasto,
diz o bailarino.
E não tenho dedos para tecer
dentro do corpo
os estigmas do vento,
a mudez das luas.
Vivemos da fome, da fuga,
do exílio.
O resto é a bruma
que resta do impossível.
sonhou o cantor do sono.
O mundo suporta teus ombros,
e eles não cabem nas mãos de um menino.
O breve é vasto,
diz o bailarino.
E não tenho dedos para tecer
dentro do corpo
os estigmas do vento,
a mudez das luas.
Vivemos da fome, da fuga,
do exílio.
O resto é a bruma
que resta do impossível.